domingo, 26 de julho de 2015

O príncipe,
O pequeno príncipe
Cachorro, periquito e papagaio
As malas, chapéus e brinquedos
Garrafas de água, biscoitos
Mães, tios, avós
A máquina de tirar retratos
Eternizo o momento, fechou o gás?
As janelas, e se chover?
Tudo pronto
O beijo de bom dia, na porta
Vamos, pro resto dos dias
Vamos

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Hoje adormeço no mar de montanhas
e desperto no mar dos seus braços
Mar de amor que não tem fim
Dorme em paz acalanto meu

quarta-feira, 15 de julho de 2015

o dia que eu chorei na rua

Sabe, eu sou feita de pétala
Um sopro mais forte, mesmo de amor
e eu quase rasgo
Meu coração que não sabe ser feliz
submerso no mar de esperança
Dilúvio de paixão
Eu ouvi sua intenção
Eu ouvi meias palavras
Eu ouvi, entre gemidos, suas promessas
Eu ouvi claramente
Nada bastava
Até que eu li, ainda teimosa
Eu cedi
Recebo a graça, merecida
de ser amada
Agora, a nau lançada
no mar dos dias que nos separa
Sei o canto, sou sereia
Nossos intentos, a seguir juntos
Estão destinados

terça-feira, 14 de julho de 2015

And now Joseph?

A música tocava, não importa na verdade que trilha seria, era só pra encher o lugar
O que se podia dançar era o corpo do medo preso dentro do voo patético que parecia ser aquela comoção
Deu-se o embate, o primeiro embate real que estremeceu desde o subsolo, as fundações, tudo.
O parapeito cedeu, somos alvos fáceis. Percebi que estava nas trincheiras, saracoteando como se fosse um baile.
Sorriamos, desesperadamente sorriamos, amedrontados, sorriamos.
Dizíamos promessas de amor sem fim. Eu as queria, Eu as esperava, Eu as sussurrava no íntimo, ele as repetia.
Tudo foi dito aquele dia, tudo o que não se deveria
Será mesmo que se escape impune do absurdo de crer?
Eu acreditei, com todos as partículas, eu acreditei, eu morri, eu despertei
Veio a ânsia,
era pressa, era vômito, era acalanto
Depois o silêncio vazio
Os corpos exaustos do frenesi
A urgência, o medo, os pequenos milagres que construí
parados me espreitando
Uma esquina, uma aposta, abstracionismo
"E agora José? Quem pagará o enterro e as flores?"
Se isso tiver sido mesmo um delírio que eu vivi





quinta-feira, 9 de julho de 2015

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Foram dias de delírio poético
Agraciados pela deusa
Não tivemos palavras
à altura da bela imagem
Do eco na pele
E da volúpia reticente
Afrodite era uma deusa, uma dádiva,
Um universo inteiro

Por que eu sei?

Eu sei que sou a sua mulher
E não vai ter outra como eu
Eu sei que você é o meu homem
Eu não vai ter outro depois
Por que eu sei?
Porque nos seus olhos eu vi meu desenho
Porque meus olhos viram o infinito
Quando viram você
Eu te ensino a ser mais leve
Você me dá mais foco
Eu esqueço o que você lembra
Você pergunta o intocável
A gente se ama com toda a pressa
A gente se eterniza pelo suspiro
Somos então o avesso
a dualidade
Agora sim eu entendi
essa coisa de cara metade
Sei, que desde que nós nos amamos
Todo o resto serenou
Nós não vamos nos perder
Nossas almas vagueavam a ermo
Por séculos e séculos
Podemos morrer nos braços do outro
Mas morrer de amor ainda vivos
Não, amado, nós não somos exatamente especiais
Nenhum de nós
Mas somos, o que desde o início do mito
estamos em busca incessante
Você é a parte dividida
Que da minha alma partida
É a parte que fez falta